Rio-Madrid-Lisboa

I
“Hiii rapa esse cadeado e nada é a mesma coisa…”
Foi o que me falou o baiano na fila do secure bag no aeorporto. Aquela camisinha de bagagem que teoricamente protege contra roubo.
“e essa coisa de prártico ai nem adianta. Tive em Barcelona ano passado e me robaro a mala inteira. Chocolate de 500 euros, aparelho eletrônicos…”
O que ele tava fazendo ali nem sei. Provavelmente só queria me irritar.
“Procê ver rapaz, Portugal tá mais perigoso que o Rio de Janeiro, cê para o carro vem um africano te roubar. A França ta inundada pelos muçulmanos, a Inglatera cheia de indianos…tem mais jeito não…”
“é isso mesmo amigo valeu…” .
E o nazibaiano era a primeira pessoa que eu falei nessa viagem para europa. Fiquei cheio de ânimo.

II
No avião, tudo parecia ir bem, tinha conseguido uma janela e estava torcendo para o lugar ir vazio ou pelo menos ninguem obeso sentado do meu lado.
No que eu sento imediatamente após se ajeita um um cora magrinho lá pelos seus 50 anos. Tentei trocar uma idéia com ele, acendi a luz pra ele ler melhor mas o cara respondeu seco obrigado em português.
“Ahh, brasileiro?” perguntei.
“Francês.” Ele meio putinho.
E assim terminou nosso diálogo pelas próximas 10 horas, até Madrid.
Ficamos disputando o encosto de braço da cadira numa guera silenciosa, mas teve uma hora que eu preferi perder só pra não ecostar na peça rara. E mais, o cara veio roendo unha e comendo meleca enquando lia um livrinho de cultura brasileira em francês.
Imaginei dando uma cutuvelada na cara dele varias vezes, mas como estou zen, fiz uma auto-hipnose e relaxei…até o momento que ele começou a roncar.


III
As aerotias da Ibéria chegam a ser engraçadas. Na espanha, imagino, gentilesa não gera gentilesa. Fui pedir um copo d’água a mais e tenho quase certesa que ela me xingou. Achei melhor não pedir vinho.

IV
Em breve fotos. Agauardemmm...